domingo, 16 de setembro de 2007

folhas brancas pedem que eu escreva

Em cima de uma impressora a jato, o monte de folhas brancas pede que eu escreva
Como elas são lindas e como elas são brancas!
Deus do céu que agonia, (que maravilha!) elas pedem que eu escreva...
E eu escrevo. Obedeço. Cedo.
Mas não nas folhas brancas: se a musa se entrega inerte, ( já quase lânguida ), o poeta, por sua natureza, não consente nunca em possuí-la...
Jamais macularei essa uniformidade sedutora, pura e limpa... tão limpa!
E que pede ( e que suplica! ): “Criatividade, Criatividade, Criatividade!”
( Como quem me pede: “ Vida, Vida, Vida!” )

Não jamais, jamais!
Mas eu escrevo: despejo meu furor desvairado em outra folha.
Não tão branca, nem uniforme como o A4,
uma vulgar cheia de linhas, que recebe meu ardor sem entusiasmo, papel que não brilha sob a luz da sala.
E ela continua, ali, aquela brancura insana de linda. Me manterei distante. Ficarei bem longe. Não quero nem tocá-las,
que não controlo a obsessão desse eu-lírico, simbolista pós-concreto, pelas suas musas mórbidas, lunáticas e brancas.

1 Comentários:

Às 23 de setembro de 2007 às 12:36 , Blogger Angelo's days disse...

Ei Winie.!
Muito bom o poema hein... tem uma palavrinha que qualifica um aspecto dele mas eu me esqueci dela... UAhUAHuHauHA.

Mas eu o qualificaria como pulsional artístico mutante.!! xD

Gradei demais... Keep writing, Jonny Writer... USAhAUhUHauA.
Bju.!

 

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial