sábado, 5 de abril de 2008

E eu te procuro mais uma vez
Entre as prateleiras das estantes.
Ávida, por entre páginas brancas correndo aos meus olhos.

Te procuro em sonetos,
sei que te familiariza com eles
Em sentimentos que não sei nomear.

Quem é este homem?
Existe?
Quem é o homem que procuro,
de quem são estes olhos negros, que me perseguem
este sangue cigano tão estranho ao teu sangue judeu.

Onde está o cavalo, o teu, negro como a noite, beduíno do deserto?
Que notícias trazes do vento escultor das dunas,
Cruzaste a rota do sal sob as estrelas?
Acaso prendes teus pensamentos sob um turbante?

Onde estás tu?

Mas você de verdade:
És tão medíocre, tão distante.
Demasiado distante desse homem... mas por que o vejo em você?
Por que penso ser tu o condenado a me salvar?
Tu me deixas mesmo ao alcance de todas estas coisas?

Às vezes quero matar-te.
Para que se apague a luz dos teus olhos, eternamente, sem chance de volta.
Para que meu desejo seja definitivamente impossível.

Mas aí sei,
Sou eu quem deve morrer

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