quarta-feira, 16 de maio de 2007

Ato maquinal

Tomei o café da manhã sem fome, alguém acordado às sete – e às pressas- não acorda o suficiente ao menos para sentir fome.

E de volta para o meu quarto olhei pela janela. Olhei por olhar mas sabe quando a coisa é tão óbvia que salta diante dos olhos?
O dia amanhecendo... é bonito ver os raios do sol ainda suaves rebentando contra as paredes e telhados. Toda a visão é tomada por um sentimento inebriante e tão forte, como se alguém lá em cima derramasse um balde de luz fulminante sob a terra, pra encher tudo mesmo, e afogar todos nós, verdadeiros ‘nada’ nessa imensidão furiosa de luz suave.

E eis que o amanhecer me olha nos olhos- ou não seria o próprio tempo?- ( ri da minha cara ) e me força a admitir algo que até então eu tento ignorar: Meu solene cansaço....

Sim, senti toda a impotência e antipatia que poderia diante da imaturidade de alguém. Sabe quando você tinha a melhor das intenções e a pessoa simplesmente não percebeu isso? Ou fingiu que não? Pois é.
Poderia ser ignorância, não que imaturidade não seja uma, mas se tratando de quem é... não consigo crer em uma ignorância pura e aplicada. Não nessecaso. E isso me dá ganas de urrar!

É, tudo não deu em porcaria nenhuma. Me sinto idiota. Pior: sinto a melhor parte de mim maculada, manchada pra sempre. Por quê? Por quê? Alguém me diz!
Xinguei. Xinguei mundos e fundos... liguei o “fodas”!
Pensei em me vingar. E no final, não fiz nada. Pra quê? E o quê poderia ser feito nessas alturas? Apenas respirei fundo e voltei ao marasmo da minha realidade. Findo o surto explosivo, eu sou eu outra vez.... é só.

Mas é.

Um amanhecer serve para isso mesmo. Acordar. Lógico, mas não tão óbvio. Ou então seria fácil perceber que é só mais um dia que começa, entre milhares de outros que virão - milhares mesmo: neles nem a minha mísera lembrança, pra bem ou pra mal, vai persistir em qualquer coração, e que exatamente por isso não há motivo para qualquer manifestação de minha parte; que as coisas não tem as dimensões que eu sempre acho que elas têm... e eu Winie nunca vou compreender de verdade os motivos alheios... assim, só de olhar pela janela.

Bobeira me esquentar: a gente passa, e o amanhecer sempre vai inundar tudo, indiferente aos nossos dilemas microscópicos em relação ao sol, graças a Deus!
Só de pensar na impossibilidade de possibilidades que um novo dia promete...
Sou poeira no vento.

1 Comentários:

Às 18 de maio de 2007 às 15:32 , Blogger Floyd disse...

Ei Uini! Desculpa invadir o seu blog, mas como não tenho nada para fazer fico entrando no perfil dos outros no orkut. Eu não posso deixar de comentar, porque eu gostei muito do seu blog. Sua escrita é muito louca, muito louca e linda. Tem Clarice em toda ela. Continue a escrever, que vou ser uma leitora assídua. E a música do Yanni... Não conhecia, mas é maravilhosa! Bjao!

 

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